Entr[e]stações
"Estou nesse 'entre', tendo as 'estações' como local escolhido para determinada pesquisa, observação ou registro, onde parei e coloquei um marco, traduzindo essencialmente o conceito de ciclo, de movimento, da experiência, um tempo gerúndio que faço existir...
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outono 2018
"Caixas de Afeto", 2003 - 2010
Foi o encontro com pessoas durante as minhas pesquisas para o Doutorado que deu forma e cor às caixas. Assim o agradecimento foi habitando minhas caixas... A busca pelo afeto foi ponto de partida e ponto de chegada.
As imagens criadas, acondicionam seres solitários, que às vezes se ocultam na urdidura da poética, mas também podem se espelhar na trama dos espaços e situações idealizadas. O conceito é para manter vivo um diálogo com o afeto, que constitui, na obra, o próprio azul da água.
As Caixas são uma espécie de nicho para divagações e interrogações. Busco nelas uma orfandade da memória: quem teceu os fios? O que seriam, ou de quem teriam sido as diminutas bonecas de pano-cera, pequenas voduns Referências para algum tipo de feitiçaria? Ou pequenos seres que se criaram ligados umbilicalmente às águas?
Que seria da idéia do afeto sem a imagem da água? Segundo Bachelard (1997:15), a água acolhe todas as imagens da pureza. Foi assim que resolvi dedicá-las aos erês.
As caixas se repetem no mesmo formato, como se estivessem obsessivamente à procura da forma ideal, de ordenar as emoções em desenhos de pigmentos, fibras, ceras e contas. Entretanto, cada módulo é único. Desse modo, uma imagem continuamente resgata a outra: foi difícil parar, como a água que vai abrindo novos caminhos, mas também sabe desviar-se dos obstáculos, daí nascem às caixas azuis, como ponto de reflexão.
Detalhe Caixas de Afeto no MAS