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"Caixas de Afeto", 2003 - 2010

Foi o encontro com pessoas durante as minhas pesquisas para o Doutorado que  deu forma e cor às caixas.  Assim o agradecimento foi habitando minhas caixas... A busca pelo afeto foi ponto de partida e ponto de chegada.

As imagens criadas, acondicionam seres solitários, que às vezes se ocultam na urdidura da poética, mas também podem se espelhar na trama dos espaços e situações idealizadas. O conceito é para manter vivo um diálogo com o afeto, que constitui, na obra, o próprio azul da água.

As Caixas são uma espécie de nicho para divagações e interrogações. Busco nelas uma orfandade da memória: quem teceu os fios? O que seriam, ou de quem teriam sido as diminutas bonecas de pano-cera, pequenas voduns Referências para algum tipo de feitiçaria? Ou pequenos seres que se criaram ligados umbilicalmente às águas?

Que seria da idéia do afeto sem a imagem da água? Segundo Bachelard (1997:15), a água acolhe todas as imagens da pureza. Foi assim que resolvi dedicá-las aos erês.

As caixas se repetem no mesmo formato, como se estivessem obsessivamente à procura da forma ideal, de ordenar as emoções em desenhos de pigmentos, fibras, ceras e contas. Entretanto, cada módulo é único. Desse modo, uma imagem continuamente resgata a outra: foi difícil parar, como a água que vai abrindo novos caminhos, mas também sabe desviar-se dos obstáculos, daí nascem às caixas azuis, como ponto de reflexão.

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