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Série: "Outros jardins em processo", 2018

        Enquanto as cores amanhecem, entardecem e anoitecem, verticalidades e horizontalidades cortam o céu, invadem a janela do atelier e desenham o meu imaginário... então, sujo as mãos com os tons da terra, da água, do fogo e do ar. Tinjo a mente com corantes em distintos matizes, a memória e o coração pinto com pigmentos colhidos nas estações.

 

         Entre brancos onde não há vestígio de impureza, risco espaços e tempos distintos, germinando pinturas e objetos... entre fibras, desperto um bonsai adormecido e o transformo , com raios lilases, em uma joia preciosa; um galho recolhido em Giverny adormece eternizado em prata; folhas das últimas mangueiras do Villa Serena são banhadas em ouro, enxerto rosas meninas em cobre; Outrora fragmentos de verdes, agora, obras silenciosas, fertilizam “outros jardins” que não param de crescer, em canteiros poéticos, na cidade. Fibras que favorecem interseções de planos celestiais superpostos, entrelaçados e reconhecíveis instantaneamente em outro tempo, que somente a arte pode inventar enquanto existir árvores floridas.

 

 

Sou pintora.

 

outono 2019

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