Entr[e]stações
"Estou nesse 'entre', tendo as 'estações' como local escolhido para determinada pesquisa, observação ou registro, onde parei e coloquei um marco, traduzindo essencialmente o conceito de ciclo, de movimento, da experiência, um tempo gerúndio que faço existir...
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outono 2018
"Sete crisálidas azuis", 2020
Buscando alcançar uma sintonia entre o meu transito europeu, e o ritmo solitário, no “tempo-casulo” que agora vivencio, logo me dei conta de que a vida e a arte são inseparáveis, o que me faz evocar o escritor sueco August Strindberg (1849-1912): “No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálidas e aguardamos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar”. (Citação encontrada em Ensaio Sobre A Solidão, de Graça Mourão, Clube de Autores, 2009).
Anotei no meu diário, os vocábulos: solidão, casulo, crisálidas e metamorfose, tomando os galhos de jacarandá nas minhas mãos, como se fossem lagartas que se prendem pela porção posterior de seu corpo através de fios de seda para iniciar a formação da crisálida e iniciei um trabalho com fibras de algodão, acondicionando folhas entre elas, buscando alimentar os instantes que vivia, e, as lagartas fictícias.
fibras, corantes azuis, lã, ouro e galhos de jacarandá recolhidos nas margens do rio Pardo. dimensões variadas, seladas em caixa de acrílico, 39 x 10 x 8 cm. outono, 2020.
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